Olá, Seja bem-vindo!

Olá, seja bem-vindo!

Prevenção contra o câncer de mama começa com escolhas diárias do estilo de vida e exames de rotina

Segundo o Ministério da Saúde, mais de 73 mil novos casos de câncer de mama são diagnosticados por ano no Brasil, e a prevenção e o autocuidado são as formas mais eficazes de garantir que a saúde da mulher esteja sempre em dia.

De acordo com o oncologista da Rede Meridional Fernando Zamprogno, prevenir a doença vai muito além do autoexame e dos exames de rotina. “O estilo de vida é um dos principais fatores de proteção, e que precisa ser levado a sério todos os dias, não somente durante a campanha Outubro Rosa”, enfatizou.

O médico alerta que a prevenção consiste na redução dos fatores de risco que podem levar ao desenvolvimento da doença. “As medidas preventivas devem começar desde cedo, através da adoção de hábitos saudáveis que incluem: alimentação equilibrada, controle do peso corporal, prática regular de exercícios físicos, evitar o consumo de álcool e tabaco, além de realizar o protocolo de rastreamento com mamografia e/ou ultrassom regulares para mulheres a partir dos 40 anos, definido pelo médico de referência”, reforçou.

A mastologista da Rede Meridional, Karolline Coutinho, enfatiza que os principais sintomas do câncer de mama são nódulos endurecidos, geralmente fixos e indolores, alterações na pele da mama (vermelhidão ou mudança na textura), mudanças recentes no mamilo (inversão ou alterações na forma), secreção espontânea pelos mamilos e diferença de tamanho entre as mamas.

Segundo Karolline, um passo importante para diagnosticar a doença é perceber esses sinais por meio do toque e do conhecimento do próprio corpo, sabendo quando algo não vai bem. “Agora, muito mais importante é a consciência de que todas as mulheres acima dos 40 anos devem fazer a mamografia anualmente, mesmo sem sintomas. Mulheres sintomáticas devem ser submetidas a exames de diagnóstico, independentemente da idade”, alertou.

O acesso a exames de qualidade ainda é um grande desafio no Brasil. Dos quase 6.340 aparelhos em operação no Brasil, apenas 7% possuem certificado de qualidade. “Temos muito mais aparelhos do que precisamos, porém, mal distribuídos. Isso impacta negativamente na cobertura nas regiões menos desenvolvidas. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a cobertura mamográfica deve alcançar, no mínimo, 70% da população-alvo para realização dos exames. O Brasil não realiza nem a metade desse número”, afirmou a médica.

Homens também podem desenvolver câncer de mama. A doença é rara neles, correspondendo a menos de 1%. A proporção é de 100 casos femininos para um caso masculino. Os principais fatores de risco são a idade (quanto maior a idade, maior o risco) e a história familiar de câncer (principalmente câncer de mama, de ovário e de intestino). A forma hereditária da doença no homem chega a 40% dos casos. Devem se atentar para a obesidade, o uso de hormônios e álcool.

Evolução no tratamento
 
A médica Isabella Peixoto, radioterapeuta da Rede Meridional, ressalta a importância das novas abordagens no tratamento oncológico, por meio da radioterapia. Uma delas é o ultrahipofracionamento da radioterapia, uma técnica inovadora que permite a conclusão do tratamento do câncer de mama em apenas cinco sessões.

Baseado no estudo britânico FAST-FORWARD, publicado na revista The Lancet, o ultrahipofracionamento comprova eficácia e segurança comparáveis ao tratamento convencional, que pode exigir até 30 sessões. Essa redução significativa no número de sessões mantém os resultados clínicos, diminui os efeitos colaterais e melhora a qualidade de vida das pacientes. Segundo Isabella, “menos sessões significam menos desgaste físico e emocional para a paciente, além de menor custo operacional e ampliação da capacidade de atendimento dos serviços públicos e privados”.

O novo Consenso Brasileiro de Radioterapia Hipofracionada para Câncer de Mama, publicado em 2025, indica o ultrahipofracionamento para pacientes sem reconstrução mamária e que não necessitam de irradiação dos linfonodos regionais. A técnica utiliza recursos avançados, como a radioterapia tridimensional (3D), garantindo precisão e segurança no tratamento.

A especialista reafirma que este avanço representa uma esperança para muitas mulheres que enfrentam o câncer de mama, especialmente em regiões com acesso limitado à radioterapia, oferecendo um tratamento mais rápido, menos desgastante e com resultados comprovados.